26 de janeiro de 2011

um poema a Dahlia

abre a janela e deixa o chão bater-te na cabeça.
pum pum pum
livra, que já não podes ser livre em paz.

queres ter uma dor de cabeça?
porque não te deixam ter uma dor de cabeça?
deixa que a tua cabeça explôda.
mas sê livre.
não queres a merda dos comprimidos?
não queres prestar contas?
não queres fazer contas?
não faças. manda tudo à merda.
os comprimidos, as contas, os números,
as contas bancárias e a felicidade dos outros.

liberta-te desse jugo.
do jugo que te julga.
e que se julga.

teme. sim, teme por ti, e teme pelos outros.
a vida não te sorri: o Sol por vezes não aparece:
esconde-se por detrás das nuvens.

mas quando morreres, ele ainda cá estará,
e tu serás pó e uma lembrança daquilo que deste ao mundo.
para trás, deixarás os números, as contas,
os comprimidos e as dores de cabeça.
e serás livre.

a vida não te sorri:o Sol por vezes não aparece:
esconde-se por detrás das nuvens,
ou então é noite e tu não reparas.

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