20 de janeiro de 2011
José e Pilar, ou apenas José
Pode parecer cruel escrever isto, mas a imagem mais forte que me ficou do filme "José e Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, foi a de Saramago como um homem sozinho, tanto quanto um escritor pode ser um homem sozinho mesmo quando partilha a sua habitabilidade interior com os outros. Saramago viveu claramente fora do seu tempo. viveu desfasado daquilo que seria normal, quer na sua vida íntima quer na publicação dos livros. associado, por vontade própria, e desde sempre, ao comunismo, ateísmo e anticlericalismo, a sua grandiosa Obra sobrevive de forma isolada a esses "pequenos" temas e vive muito melhor até sem isso. Saramago ele próprio foi muito mais do que isso. as suas obras, independentemente da atribuição ou não do Nobel, ainda serão faladas e estudadas daqui a cem anos, e esse é o maior legado de Saramago para o mundo da literatura. Saramago, português e adoptado por terras espanholas, era acima de tudo um escritor universal.
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