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17 de novembro de 2010

Alegre e Cavaco: A diferença de o ponto ser final.

Não.

Não estou.

Não estou muito.

Não estou muito Alegre.

Não estou muito Alegre com.

Não estou muito Alegre com este.

Não estou muito Alegre com este Cavaco.

5 de novembro de 2010

O síndrome poético de Alegre e a politiquinhez de Cavaco

Manuel Alegre é um poeta, e por consequência, pelo menos no seu caso, vive num estado de delírio que só lhe faz mal à saúde. Vendo-se preso entre o apoio do PS e do BE, tenta com um jogo de cintura pouco eficaz agradar a gregos e a troianos. Um dos seus principais handycaps na campanha que se avizinha é o de ter um discurso muito parecido com o de há cinco anos atrás, com as baterias apontadas apenas a Cavaco Silva, mas detendo-se em pormenores insignificantes. Poderia ter feito uma maratona controlada e ganhar a corrida apenas com um pouco de desgaste e agora vai ter de fazer um sprint de cem metros sendo que Cavaco colocou o seu bloco de partida cinquenta metros à frente. Cavaco que andou a estudar durante o ano a melhor estratégia a seguir, sem falar muito para não fazer asneiras, a criar tabus onde eles não existiam para que fosse depois empolado o anúncio da sua candidatura, classificado por todos como a notícia mais previsível do ano, tão previsível que Cavaco ficou chateado com Marcelo Rebelo de Sousa por este ter antecipado a data do anúncio: seria essa a única surpresa para dar aos portugueses. Enquanto que de Manuel Alegre se esperavam ideias novas, em Cavaco o discurso acaba por ser sempre o mesmo. Os eleitores já sabem isso e não estão à espera de mais, o que pode ser uma vantagem para o actual presidente.
Em clara pré-campanha desde há muito, tem mandado cá para fora umas farpas a dizer: "estou presente, não se esqueçam de votar em mim". O facto de ter dispensado os outdoors não passa de pura demagogia, já que em todas as aparições públicas, vestindo o fato de presidente, calça as botas de candidato a presidente, num sinal de politiquinhez, a política mesquinha de quem está seguro no lugar.
Manuel Alegre disse há dois dias que "Cavaco não gosta dos políticos", e só fez um favor a Cavaco porque é exactamente essa a ideia que ele quer passar: que não tem nada a ver com a crise e os actuais políticos (como se não tivesse sido político nos últimos trinta anos), relembrando a todos os que nele acreditem que o país só está assim por causa dos outros políticos, Manuel Alegre incluído (não referindo como é óbvio que este tem sido sempre contra as políticas anti-sociais dos últimos anos). Cavaco com a classe política parece um pai a ralhar aos filhos mal comportados. Alegre, de barbas brancas, assemelha-se a um avô a contar histórias aos netos junto à lareira, a passar-lhes a mão pelo cabelo mas a dizer que só têm feito asneiras.

A ideia que passa nos dias que correm é que a Presidência, enquanto instituição democrática, é um cargo distituído de importância, e Cavaco só acentuou isso nos últimos anos. Se Jorge Sampaio foi muitas vezes criticado porque não se percebia metade do que dizia, tão complexas e subtis eram as suas mensagens, com Cavaco não há esse problema: tudo o que ele diz já foi dito por alguém e toda a gente o sabe de antemão.
De facto o que precisamos, para além de um bom governo, é de um verdadeiro líder para o país, um presidente que se quer interventivo e que diz o que pensa. Que não venha com paninhos quentes nestes tempos difíceis, que para isso existem os ex-presidentes da República.
A escolha não vai ser fácil. À direita não existe uma escolha plausível. Ponto parágrafo.
À esquerda as possíveis escolhas não são animadoras: Francisco Lopes nem o PCP sabe quem é, e para além disso é comunista. Fernando Nobre está muito bem na AMI e não tem estofo para a Presidência, ironicamente por não ser político. Sendo uma pessoa de bom senso ia ter problemas a nível internacional, problema comum a Manuel Alegre.
Talvez vote em António Pedro Ribeiro ou Manuel joão Vieira: esses ao menos são delirantes assumidos.