11 de março de 2011

perenidade

naquele espelho, oceano ténue,
olhou para a eternidade nos seus olhos
e lembrou-se de um poço que tinha visto em criança.
ajoelhou-se e raspou a dignidade nesse estreito fundo,
tremendo os dedos e limpando das unhas
apenas um céu de ternura e abismo.

lambeu de forma inútil as feridas que fizera nas rochas
e com as expectativas traídas incendiou o coração.

reza a história que chegou de mansinho e morreria tornado,
se na terra houvesse genuinamente respirado. 

Sem comentários:

Enviar um comentário